quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Escalas

Acho que é importante falar um pouco sobre escalas, já que nelas está a base para o resto do estudo de Música. Acontece muito de instrumentistas decorarem um shape e mandar brasa nele sem nem sequer se preocupar com quais notas está tocando. Outros mais kamikazes decoram uma "fórmula de escala" que seria os intervalos(distância entre notas) de Tons e Semitons. A Escala Maior Natural seria formada por:

F-T-T-ST-T-T-T-ST

F=Fundamental(nota q dá o nome à escala)
T=Tom
ST=Semitom

no caso, a escala de Lá Maior(A) seria:

Lá - Sí - Do# - Ré - Mí - Fá# - Sol# - Lá
F - T - T - ST - T - T - T - ST

Acontece que muitas vezes essa forma de pensar em escalas torna complicado o jeito de montá-la, principalmente pra iniciantes. Sem dúvida esse é um jeito que atrasa o pensamento do músico, que deve ser o mais rápido possível.


Ih, me chamou de lerdo...Me fala como pensar rápido então...

Para sanar esse problema de lentidão de pensamento, usamos um outro método que vou apresentar agora. Ele possui duas formas diferentes para escalas em Sustenidos(#) e escalas em Bemois(b). Vamos começar com as escalas em Sustenidos.

O primeiro passo eh decorar a Ordem dos Sustenidos. Logo entenderemos o pq dessa ordem. Por hora, apenas nos é necessário decorá-la. Eis a ordem:

Fa#-Do#-Sol#-Ré#-Lá#-Mí#-Sí#

Essa ordem é originada do Ciclo de Quintas, que fica pra uma outra hora. O que é importante sabermos é que os acidentes em # sempre aparecerão nessa ordem. Se uma escala tiver o Sol#, obrigatoriamente ela terá o Fá# e o Do#.


Tá...e como eu vou saber quais acidentes ela tem? ¬¬

Quando queremos encontrar os acidentes da escala, precisamos seguir alguns passos.

1. Encontrar a nota que está meio tom abaixo da tonalidade em questão
2. Localizar a nota encontrada na Ordem dos Sustenidos
3. Partindo do Fá#, que é o primeiro acidente, chegar até a nota encontrada. Esses serão os acidentes da tonalidade em questão.

Tá difícil? calma...tem exemplos

Ex.: tonalidade : A

1. encontramos a nota q está meio tom baixo, no caso Sol#
2. localizamos a nota na Ordem dos Sustenidos: Fa#-Do#-***Sol#***-Re#...
3. partindo do fá# e indo até o Sol#, encontramos os acidentes, no caso serão Fa#, Do# e Sol#

pronto!!mas tem excessões!

* a Escala de Dó Maior (C) não possui nenhum acidente, logo nao poderemos aplicar a regra a ela
* a Escala de Fá Maior (F) possui acidentes em bemois, que utilizam outra regra, portanto nao poderemos aplicar a regra a ela tampouco.


caraca! Não é que funciona mesmo?! Mas...e a escala em bemóis?

Calma, calma. Antes de começar a reclamar que "lá vem mais regra", eu avisei que teríamos DUAS regras distintas para escalas em Sustenidos e em bemóis. Bem, stress à parte, vamos ao que interessa.

Para achar as escalas em bemóis, utilizaremos a ORDEM DOS BEMÓIS:

Sib-Mib-Lab-Reb-Solb-Dob-Fab

Essa ordem é originada do Ciclo de quartas, outra explicação que ficarei devendo por enquanto. Quanto aos procedimentos para encontrar os acidentes, segue-se a regra:

1. Procurar na Ordem dos Bemois a tonalidade em questão.
2. Encontrar o próximo acidente na ordem dos Bemois
3. Esses serão os acidentes.

Concordo, concordo. Aparentemente as escalas em bemois são mais dificeis. No entanto, vamos aos exemplo e tudo se resolve.

Ex.: tonalidade: Eb

1. Encontramos o Mib na ordem dos bemois: Sib-*Mib*
2. Ainda na ordem dos bemois, encontramos o proximo acidente: Sib-Mib-*Lab*
3. Os acidentes de Eb serão Sib, Mib, Lab


Simples, não? Aposto que qualquer macaquinho faz com um pouco de treinamento...=P


Bem, julgo necessarias algumas considerações:

1. Treine, treine e treine. É importantíssimo que você saiba as duas Ordens decor e que pense rapido na hora de montar as escalas.
2. Procure sempre passar a teoria para o seu instrumento. Você pode "brincar de escala", tocando um determinado acorde (D, por exemplo) e montando a escala em seguida. Essa pratica vai ajudá-lo tanto na teoria quanto na tecnica especifica do seu instrumento (a menos, é claro, que você toque reco-reco =P)


Hmmm....e as escalas menores?

Ah, para isso a gente tem que estudar tons relativos. É bem simples. Toda tonalidade MAIOR tem um relativo MENOR e vice-versa. As escalas relativas terão os MESMOS ACIDENTES.
Para achar um relativo menor, basta encontrar a nota que está 1 tom e meio abaixo da tonalidade em questão.

Exemplo: relativo de D = Bm

Para achar o relativo maior, o processo é inverso, sobe-se um tom e meio

Exemplo: relativo de Gm = Bb


Nesse caso, quais seriam os acidentes de Cm?

1* Cm é relativo de quem? Eb
2* Quais são os acidentes de Eb? Sib - Mib - Lab
3* Portanto, os acidentes de Cm serão Sib - Mib - Lab

3 comentários:

Wallace disse...

Parabéns pelo belo trabalho. Os textos estão colocados de forma bastante didáticas. Com certeza facilitarão o aprendizado dos jovens iniciantes e auxiliarão professores, com mais uma forma de transmitir o assunto. Espero que continue divulgando, de forma clara, tópicos que facilitem o acesso a, às vezes, tão temida teoria musical. Um grande abraço

Menina sem frescura disse...

Muito bom trabalho, estudo música a pouco tempo, e estou aprendendo muito com seus textos.

Unknown disse...

Olá, sobre a sua regrinha das escalas com sustenidos, dá certo se for uma escala com aciente? Por exemplo, quero saber os acidentes da escala de Sol# maior, abaixo meio tom e tenho Sol, como faço pra saber os acidentes?